segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Enderson Araújo é indicado ao Prêmio Empreendedor Sustentável, da Revista Papo Reto.

O olhar distorcido da mídia, em geral, sobre as comunidades serviu de estopim para jovens de Salvador escreverem sua própria história, mostrando o que eles têm de melhor




Quem é: Enderson Araújo
Por que e importante: lidera um grupo de jovens que criou o Mídia Periférica, uma plataforma de comunicação que ajuda a promover a cidadania

Dizem que as pessoas são fruto de suas circunstâncias. No caso do jovem soteropolitano Enderson Araújo, este enunciado é mais do que verdadeiro. Só que na acepção positiva da expressão. Morador de Sussuarana, um dos inúmeros bairros pobres de Salvador e aonde os serviços públicos quase nunca chegam, ele canalizou a revolta e o descontentamento com o abandono da região para um projeto que vem ajudando a ampliar a cidadania de seus conterrâneos. Trata-se do Mídia Periférica, um jornal produzido no formato dos tabloides independentes das décadas de 1970/1980. Deu certo de cara. A primeira edição trouxe uma provocativa manchete (“Sussuarana entregue ao lixo”) e acabou sendo o estopim de inúmeras mudanças. A empresa de limpeza urbana passou a dar mais atenção ao bairro, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania enviou emissários e até um vereador foi lá oferecer ajuda.

O Mídia nasceu em 2010 e seu primeiro formato foi digital, na esteira do curso sobre mídia sociais promovido pelo Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA). A ideia envolve outros jovens como Hellen Caroline e Daiane Sousa que, assim como Enderson, se sentiam incomodados com a forma como o bairro era retratado pela mídia convencional. É que além dos problemas comuns às comunidades carentes, Sussuarana também tem muita coisa boa. O grupo decidiu, então, fotografar e colocar na internet os flagrantes do dia a dia: homens jogando dominó no final da tarde, mulheres fazendo crochê na porta de casa e a molecada aproveitando a infância em brincadeiras mil. O problema é que este mundo digital não era acessível e o material ficava restrito ao pessoal que frequentava a lanhouse. A primeira edição do jornal, de mil exemplares, foi bancada com o patrocínio do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Estado da Bahia (Sindilimp).

Mais que apenas um jornal impresso, o Mídia Periférica é hoje uma plataforma composta de programa de rádio (Radiação Favela), um blog, páginas no twitter e no instagram. Enderson também se tornou correspondente do respeitado portal Correio Nagô, e integrante da Rede Nacional de Jovens Comunicadores. Com isso, ele assumiu a posição de interlocutor qualificado de jovens da perifeia de Salvador junto ao poder público e aos movimentos sociais. Um exemplo foi sua indicação para compor o Conselho da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). “Os jovens não desejam mais ser meros expectadores”, afirma. “Queremos ser ouvidos, também.” Para levar sua mensagem adiante em alto e bom som, Enderson se envolveu em outros tantos projetos. A lista inclui um talk show na webtv, no qual já entrevistou inúmeros líderes da comunidade negra. Foi aí que conheceu gente como Mano Brown, dos Racionais, o rapper carioca MV Bill, João Jorge do Oludum, o empresário Celso Athayde, e até mesmo o ex-presidente Lula.

Também criou a campanha #TinhaQueSerPreto, retratando afrobrasileiros que se notabilizaram em diversos campos. “Foi uma forma de desconstruir a carga negativa desta expressão”, diz. Agora, Enderson está reunindo todas estas experiências em um livro que deverá ser publicado em breve, incluindo a mais rica delas que é o nascimento de seu filho, Joaquim, que está a caminho. Apesar de gostar do mundo da comunicação, o jovem baiano vai estudar economia. “Quero usar a economia para ampliar ainda mais nosso trabalho de incluir na sociedade o povo pobre e preto da periferia”, resume.


Por: Rosenildo Ferreira | 13/09/2014 do SITE: http://paporeto.net.br/premioempreendedor/manchete-social/

Dilma cogita limitar Ciência Sem Fronteiras a estudantes de baixa renda

Paulo Ricardo Boff era lavador de carros e hoje
Conclui doutourado na Alemanha
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Ao anunciar que todos os inscritos na última etapa do programa Ciência Sem Fronteiras vão ganhar bolsa de estudos no exterior desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa, a presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (14) que poderá incluir a renda como critério na seleção de estudantes.
Isso aconteceria num eventual segundo mandato da petista, que disputa a reeleição e voltou a prometer neste domingo mais 100 mil bolsas de estudo para brasileiros no exterior.
"Não está afastado o corte por renda", afirmou Dilma, dizendo que o programa continuaria em seu próximo governo, mas permaneceria limitado às bolsas para as áreas de exatas, que incluiu cursos como de engenharia e biomédica.
Sobre uma possível inclusão da área de humanas no Ciência sem Fronteiras, a presidente afirmou: "Não temos dinheiro para abrir para todo mundo".
Dilma marcou a tradicional coletiva dominical no Palácio do Alvorada para falar do Ciência Sem Fronteiras. Anunciou que há mais 14.900 vagas disponíveis para a última etapa do programa, cujas inscrições se encerram no dia 29 de setembro. Afirmou ainda que há mais de 60 mil inscritos.
Para atender a toda a demanda, ela diz que vai dar bolsas a todos os inscritos que cumprirem os requisitos do programa, que inclui prova de proficiência em idioma estrangeiro e o aceite da faculdade no exterior.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Enfim, Se liga Bocão sai do ar, vamos para o próximo foco

Choramos ao ler esta noticia em algum site na internet, choramos por sentir o gosto de vitoria, a nossa militância sempre foi para ver outro tipo de conteúdo na televisão, que não marginalizasse e destruísse ainda mais a imagem dos cidadãos negros das periferias, foi sempre ver programas como Se Liga Bocão fora do ar, e saber que foi por rejeição de audiência, mostra o quanto a população está percebendo que estes programas, não informam nada, somente usam imagens de pessoas vulneráveis para vender informação e distorcer fatos.

Segundo alguns sites, o programa deve sair do ar nos próximos meses, depois de alcançar grande nível de rejeição, com qualidade péssima de jornalismo, a direção da TV Itapoan, decidiu cortar o programa da sua grade. Zé Eduardo, agora passará a apresentar o Balanço Geral.

As mães vitimadas pela violência, em que perdem parte de seus filhos para o crime, ou se não para a morte, não precisaram ser mais expostas nas frentes das telas, como mero produto de venda de imagem, os garotos negros, não serão obrigados a ter que ser ridicularizados perante aos "falsos Jornalistas" que ficam de chacotas nas portas das delegacias, enfim, vamos caminhar pois a luta é ainda maior do que pensamos
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