sexta-feira, 17 de abril de 2015

RONALD VAZ, REFÉM DA INTIMIDAÇÃO DO RACISMO

O medo da via letal atingir um jovem negro na Bahia tem modificado o cotidiano de muitos, a exemplo de Ronald Vaz, de 27 anos. Após ser agredido verbalmente por um policial federal, no dia 6 de março, no Centro de Salvador, ele procurou as polícias civil e militar. Ambas se negam a auxiliar o jovem, estudante de Artes Cênicas da UFBA, e o receio é que as ameaças se concretizem a qualquer momento

Ronald conta que estava com sua esposa na fila da agência no Comércio do Banco do Brasil, quando entrou um homem branco, aparentando 40 anos, e furou a fila, tentando o atendimento prioritário. O jovem conta que reclamou, porém o homem se dirigiu a ele, já com palavras de ofensa e perguntando do que reclamava, e que o mesmo iria ver o que iria acontecer quando saísse da agência. Logo o jovem pediu a sua esposa para ligar para a polícia, pois estava sendo ameaçado, o homem dirigiu o dedo para o rosto da moça e proferiu:“Ligue para a polícia, que eu pego os dois”, acompanhado de palavras de baixo calão.

Logo após chegou uma guarnição da PM, pois algum cliente percebeu o que estava acontecendo e avisou, só que logo que os “PMs” tentaram averiguar, o homem branco, dirigiu – se e esfregou uma carteira com um brasão da polícia federal, no rosto do jovem. A PM “amenizou” a situação, liberando o policial, e aconselhou que o jovem não levasse o caso adiante, pois se tratou de uma discussão, e não era configurado racismo.
Ronald procurou a 1 DP no Bairro dos Barris, onde registrou queixa, e três dias após a queixa foi em busca do Boletim de Ocorrência, onde o delegado o hostilizou novamente. Conta Ronald, que ao pedir o registro das câmeras da agência, o delegado disse que não seria possível, pois as imagens são de instituição para instituição, ainda na tentativa de argumentar, o jovem foi questionado pelo delegado “Você quer sentar aqui no meu lugar?” .

O jovem está aflito, com medo de circular pelo Centro da cidade, pois fez denúncia pública, e contou o caso em seu perfil no Facebook, porém ainda precisa de ajuda com Advogado ou defensor público, o jovem diz ter procurado a SEPPIR - Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial , porém sem resultado.

A Juventude Negra, está sendo eliminada e violada dia após dia, seja nas periferias por vias letais, seja nos centros da cidade por vias hostis, e quem deveria dar a segurança e garantir as leis, é quem as viola em prol de uma sociedade elitista e que tem em perfil um racismo impregnado.

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